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Calidoscópio #1

Editorial – Para além da bela forma da imagem 

 

Paola Salinas

Coordenadora das Jornadas

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Calidoscópio #1

 

Editorial

Para além da bela forma da imagem

 

 

Bem-vindos ao Calidoscópio.

 

  Este instrumento em cujo fundo há fragmentos móveis de vidros coloridos, que ao se refletirem sobre um jogo de espelhos angulares dispostos longitudinalmente, produzem um número infinito de combinações de imagens de cores variadas. Uma sucessão rápida e cambiante.

 

  Para além do sentido etimológico da palavra, as diferentes combinações podem servir para nos dar ideia de uma imagem una e bela; esta imagem que por vezes podemos supor nos corpos que se mostram íntegros, belos e aparentemente sem angústia.

 

  O vidro nos lembra os fragmentos, as peças soltas que são necessárias para que um corpo se faça.

 

  Teresinha Prado, que nos sugeriu o nome, faz menção a essa “profusão de pedaços soltos e embaralhados, que ao olharmos através da mágica dos espelhos pode se apresentar como algum tipo de unidade totalmente fictícia”.

 

  Em seu argumento, Maria Josefina Fuentes, Coordenadora da Comissão Cientifica, nos diz dessas possibilidades infinitas de amarração, mas também das peças soltas que não se apresentam mais como belas ou unas. Há algo nos corpos, que não se agrega no um, mas que se faz presente aos pedaços, em partes, na via do estranho.

 

  Ainda, o cálido, quente, contido no título do nosso Boletim, aponta para o vivo do corpo nesse calidoscópio, gozo que habita esse corpo e que participa desse mosaico que cada mulher tenta construir de si.

 

  Este mote, Corpo de Mulher, em nossas Jornadas, leva-nos ao trabalho em torno de um corpo enigma e nos instiga a tomá-lo em articulação com os diferentes discursos, apontando para a invenção necessária a cada um, nestes tempos em que, além do declínio do pai, o apagamento da diferença sexual está cada vez mais na ordem do dia.

 

  Insistir no tema Corpo de mulher implica destacar uma diferença feminina e o engajamento necessário do falasser que habita e é habitado por esse corpo, não sem um Outro gozo, inominável, que a mulher pode encarnar.

 

  Está aberta a conversa e o espaço para a produção. Tivemos um primeiro encontro na atividade preparatória, no dia 15 último, com Heloisa Caldas, membro da EBP/AMP, que nos falou sobre o “Corpo de mulher: da imagem ao gozo”, texto que em breve circulará por aqui. A escolha da imagem para nossas Jornadas, de Ariana Page Russel, nos traz a produção artística na invenção de um corpo; sobre esse trabalho e algumas de suas articulações poderemos contar nos próximos boletins.

 

  Calidoscópio é o veículo da palavra e do escrito, de quem desejar aqui se inserir. Uma referência ao corpo de mulher, à invenção, à alteridade do Outro sexo, ao mistério da feminilidade que concerne ao corpo do ser falante como tal.

 

Sejam, desde já, bem-vindos às Jornadas da EBP-SP 2015!

Paola Salinas

Coordenadora das Jornadas

 

Textos:

 

                                 "Dora Maar foi o nome que se inventara a nascida Henriette Theodora Markovithc.

Reconhecida fotógrafa na época dos surrealistas, formara parte dos círculos

vanguardistas da Paris dos  anos 1920   e 1930 e nesse meio conhecera

Picasso com quem manteve uma longa relação de musa, modelo e  amante. 

 (Dora Maar: Ser a mulher chorando de Picasso ou o problema de não ter um

corpo  para  adorar?os comentários de Blanca Musachi) LEIA MAIS

 

 

                                             A experiência analítica é, em relação ao gênero, organizada pelo

seguinte princípio, que tambémvale para os supostos homens

as supostas mulheres:cada um tem que construir 

sua própria definição de gênero.

 (O que a Psicanálise sabe das mulheres como gêreno

Cássia M. R. Guardado) LEIA MAIS. 

 

 

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